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Como funciona o adestramento canino – parte III

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Golfinhos fazendo apresentações Keller e Marian Breland foram alunos de B. F. Skinner e expandiram suas técnicas para adestrar vários outros tipos de animais. Na década de 50, Keller Breland começou a desenvolver um programa de adestramento para mamíferos marinhos. Por razões óbvias, é difícil e perigoso criar uma punição eficaz para um golfinho ou uma orca. Assim como também é desafiador recompensar um mamífero marinho rapidamente, pois ele fica na água, enquanto o adestrador costuma estar a alguma distância, no solo.

Muitos dos mesmos problemas também acontecem no adestramento de cães. Se um cachorro sentar, pular, rolar e, depois de tudo isso, receber um presente, provavelmente não vai saber qual parte de sua performance agradou ao adestrador. E isso é especialmente verdade se o adestrador levar um minuto para pegar o prêmio e dá-lo ao cachorro. Normalmente, o cão irá associar a recompensa ao último comportamento realizado antes de receber o prêmio. Então, caso o cachorro sentasse, pulasse e depois recebesse um prêmio, ele estaria sendo treinado para pular e não para sentar.

Isso também se aplica às punições. Caso um cachorro fuja de seu dono e fique se escondendo, é normal o dono puni-lo quando o encontrar. Contudo, a última coisa que o cachorro fez antes de ser punido foi ir até o dono, o que faz com que seja provável que o cachorro passe a atender menos ao chamado do dono, em vez de fugir menos.

Breland resolveu este problema com o desenvolvimento de um marcador, ou sinal, que mostraria ao animal que ele desempenhou algo corretamente e receberia uma recompensa em seguida. Breland usou o condicionamento clássico para associar um sinal a uma recompensa, fazendo com que o animal soubesse que, ao ouvir o sinal, receberia uma recompensa. Então ele usou o condicionamento operante para moldar o comportamento utilizando recompensas positivas.

O marcador ajuda a reforçar o comportamento correto porque é imediato. Mas ele não é a recompensa, ele é um sinal de que o comportamento foi correto e uma promessa de que uma recompensa está a caminho. Como os mamíferos marinhos são naturalmente orientados a se comunicar por sons, fazia sentido utilizar um apito como marcador.

Karen Pryor utilizou as mesmas técnicas de reforço positivo para treinar golfinhos na década de 60. Ela percebeu as vastas aplicações deste tipo de modificação comportamental e, em 1984, escreveu o livro “Don’t Shoot the Dog”, que, apesar do nome, não fala sobre adestramento de cães. Ele fala sobre o uso do reforço positivo para moldar o comportamento de qualquer um, de gatos de estimação a adolescentes difíceis. Muitas empresas ainda usam este livro para ensinar a seus funcionários sobre como gerenciar de maneira eficaz.

Clickers de metal costumam ser usados como marcadores

Pryor usava um clicker de metal (objeto que emite um pequeno som ao ser apertado, ou clicado) como um marcador para começar a moldar o comportamento de cães, assim como de vários outros animais, e é o nome mais associado ao adestramento com clicker moderno. Suas técnicas foram adotadas por outros adestradores e o advento da Internet fez com que o adestramento com clicker se espalhasse rapidamente.

Karen Pryor descreve o clique como tirar uma foto do comportamento que você deseja. Você aperta o botão da câmera naquele segundo exato e o click significa, “você fez alguma coisa, foi a coisa certa e agora você vai receber um prêmio por isso”.

Muitos adestradores iniciantes cometem o erro de clicar para marcar o comportamento, mas não dão o prêmio na seqüência. Sem a recompensa, o cachorro pode continuar a repetir o comportamento por um tempo, mas vai acabar deixando de fazê-lo.

Outros marcadores

Um marcador não tem de ser um clicker. Pode ser qualquer coisa que marque o comportamento desejado. Os adestradores de golfinhos costumam usar apitos, já os peixes podem ser adestrados ligando e desligando uma lanterna, assim como coleiras vibratórias podem marcar o comportamento de cachorros surdos. Há ainda pessoas que marcam o comportamento com uma determinada palavra, como “isso!” O marcador pode ser qualquer coisa, desde que seja curto, específico e consistente. E vale ressaltar que devemos ter cuidado ao usar a voz como marcador principal, já que o tom nem sempre é consistente e as palavras ou sons marcadores também podem ser usados em conversas comuns e acabar perdendo importância para o cachorro.

A seguir, vamos aprender como introduzir comandos.

Fonte: Hannah Harris, traduzido por HowStuffWorks Brasil.

Leia também: Como funciona o adestramento canino – parte I, II, IV e V.


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